terça-feira, 10 de novembro de 2009

O Curioso Caso da Nova Tomada Brasileira – Uma Análise Crítica e Alternativa (mais eficiente) para sua Implementação



A partir do primeiro dia de 2010, em conformidade com Norma Brasileira NBR 14.136, todos os aparelhos eletrônicos fabricados ou comercializados no Brasil serão obrigados a seguir o padrão imposto pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Quero demonstrar neste artigo como esta imposição causará um enorme incômodo e uma perda bilionária ao bolso de milhares de brasileiros e como poderia ser uma implementação muito mais eficiente, com maiores benefícios e com ônus minimizado à população.
Após estudos “avançados” que se arrastaram por mais de 20 anos, a ABNT mostra a sua grande obra de arte: as inovadoras tomadas e plugues hexagonais de 10 e 20 amperes que vocês só encontrarão em solos tupiniquins:

 

 
Segundo a ABNT e ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), este novo formato traz as seguintes super vantagens para você e toda sua família:
1.       Maior segurança – principalmente para seu pimpolho curioso e/ou descuidado
2.       Padronização dos plugues e tomadas
3.       Preços equivalentes com as tomadas e plugues usados atualmente
4.       Compatibilidade com 80% dos plugues utilizados atualmente


Vamos à analise passo a passo deste curioso caso indicando melhorias em sua abordagem e implementação. Adiciono também alguns conceitos relevantes para novas implementações.


1. Nomeie o(s) problema(s) - As chances de você conseguir resolver um problema é muito maior se você identificá-lo corretamente.
Neste caso, temos dois problemas relevantes (em ordem de importância):
Problema 1: Falta de aterramento nas casas e edifícios – sabe aquele cabinho que vem solto no microondas e na geladeira que você, na melhor das hipóteses, amarra em um parafuso qualquer na parede achando que está aterrando alguma coisa? E aqueles equipamentos com o terceiro pino que você simplesmente arranca ou usa um adaptador porque em sua casa não tem a tomada com o terceiro pino e, tão pouco, um aterramento que preste?
O aterramento é importante para proteger tanto os equipamentos contra as variações de tensão de uma rede elétrica, quanto as pessoas contra choques (em alguns casos).
Problema 2: Choques elétricos – o terror de todos os pais do planeta e o grande argumento da ABNT para a mudança de padrão. Levando em consideração que o comportamento humano é regido sob recompensa e punição, acho que todos nós aprendemos desde a tenra idade (e muito rápido) que não se deve brincar com tomadas. Enfiar a chave de fenda na tomada? Não não não! E aquele grampo que caiu do bobe da vovó Matilde antes de ir à feira? Na na ni na não! Aqueles cabides bonitos de arame então pode ser? Também não!
Adianta falar e avisar? Também não! :)  Na idade das fraldas, tudo que está à mão ou vai para a boca ou faz uma... ou no máximo duas expedições para o chocante mundo elétrico. E todos nós convivemos com isso.
E os coitados dos plugues e tomadas que usamos atualmente... o que têm a ver com esses problemas? Antes de levá-los à fogueira e culpá-los pela crise financeira e pelos traumas de infância do seu pimpolho, vamos ao segundo ponto de nossa análise.  


2. Diminua o custo de troca para a nova solução:
As análises otimistas da ABNT assumem que 80% das tomadas atualmente são compatíveis com o novo padrão. Na tabela a seguir temos os 20% (na melhor das hipóteses) das situações em que você terá que preparar o seu bolso e sua paciência com as novas tomadas e plugues da ABNT:


Preço médio de uma tomada elétrica ou adaptador: R$ 7,00
Quantidade média de eletrodomésticos que precisarão de um adaptador ou nova tomadas nas residências/ escritórios no Brasil (estimativa): 6
Quantidade de residências e escritórios no Brasil (estimativa): 45.000.000
Mudar as tomadas e plugues para o padrão do ABNT: TEM PREÇO e é muito caro: R$ 1,89 bilhões (fora o serviço de eletricista)... “Têm coisas que só a ABNT deixa de fazer por você”.
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Fica evidente que o custo de troca não foi levado em consideração na determinação deste novo padrão, repassando todo o ônus para 100 milhões de brasileiros (população economicamente ativa - PEA).
Existem diversas histórias sobre adoção de padrões no mercado. Uma exemplar, em que o custo de troca coletivo também é enorme, como das novas tomadas, é a história dos teclados que utilizamos até os dias de hoje. Este padrão é chamado de QWERTY (primeiras seis letras do teclado) e foi idealizada em 1873 para que os datilógrafos não fossem rápidos demais a ponto de engavetar as teclas da máquina de escrever.
Em 1932, foi apresentado o teclado com o padrão Dvorak (nome de seu inventor). Dvorak e meia dúzia de seguidores defendiam que seu novo layout/ padrão era infinitamente melhor e mais eficiente que o teclado QWERTY. Porém, a curva de aprendizagem necessária para gerar uma massa crítica de usuários é tão grande que, atrelado ao padrão QWERTY adotado mundialmente, inviabiliza essa opção.
Imagine se a ABNT resolve mudar todos os teclados vendidos no Brasil, defendendo que seremos mais eficazes e teremos menos problemas relacionados a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) ou STC (Síndrome do Túnel do Carpo)?
Teclado com o padrão Dvorak (Idealizado em 1932):



Mesmo este layout sendo uma opção de configuração do Windows atualmente, ninguém sabe de sua existência e, assim como no caso das novas tomadas e plugues, ninguém percebe nenhuma vantagem em utilizá-lo.




3. Posicione o seu produto
O posicionamento de produtos que detalharemos abaixo é decorrente do custo de troca.
Quando um padrão está sendo adotado, é importante posicioná-lo  em uma matriz de compatibilidade de produtos evolutivos X performance de produtos revolucionários.
Um produto revolucionário oferece ganhos evidentes de funcionalidade e/ou performance para os consumidores sobre o padrão anterior. Exemplo disso é a adoção do CD como mídia. A conveniência, durabilidade e qualidade de som do CD justificaram a troca e o custo de substituir as músicas antes armazenadas em LP e K7.
Já produtos evolutivos oferecem um menor custo de troca, porém com ganhos menores de funcionalidade e/ou performance. Exemplo disso são as TVs digitais – HDTV que são compatíveis com os sinais tradicionais de baixa resolução das TVs antigas e o leitor de mídias Blueray que é compatível com mídias anteriores do DVD e CD.
O gráfico abaixo demonstra qual o erro de posicionamento da ABNT: Impor um novo padrão sem  oferecer nenhuma funcionalidade revolucionária ou valor percebido pelos consumidores e, mesmo assim, exigir um custo de migração com uso de adaptadores, novas tomadas e novos plugues.




  1. Considere outras abordagens / soluções que facilitem a vida dos consumidores
Como poderia ser o posicionamento da ABNT para oferecer uma solução de maior valor percebido e sem ônus elevado aos brasileiros? Ela já existe!  Vejamos abaixo:
-       Prever, fiscalizar e garantir que as novas edificações (casas e edifícios) tenham aterramento. Isso já é obrigatório e realizado desde 2006, em conformidade com a lei federal 11.336 e sob a supervisão do CONTRU (Controle do Uso de Imóveis) e  Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre).
-       Adotar o padrão universal de tomadas. Este padrão garante compatibilidade muito maior com as tomadas utilizadas atualmente no Brasil, além de ser compatível com outros eletrodomésticos e tomadas utilizadas em outros países, reduzindo significativamente o custo de troca / adoção apenas para as tomadas de ar condicionado e lava-roupas. 



-   UTILIZAR O DISJUNTOR DIFERENCIAL REFERENCIAL (DR)  EM TODAS NOVAS EDIFICAÇÕES. É incrível, mas estes disjuntores já estão há mais de 30 anos no mercado e ninguém os conhece. Sua função: EVITAM CHOQUES E INCÊNDIOS. Isso mesmo!!! Não é preciso inventar novos padrões de tomadas... novos modelos.... novos adaptadores para evitar choques. Antes mesmo de você sentir o choque, estes disjuntores se desarmam e sua utilização já é previsto como norma da própria ABNT (NBR 5410) desde 2004. Assim como o aterramento, deveria ser obrigatório em todo território nacional!





-       Este disjuntor tem o preço entre R$ 40,00 e R$ 120,00 variando de acordo com a sensibilidade, amperagem e quantidade de pólos. Este preço sobre uma nova edificação fica totalmente diluído, podendo ainda ser incentivados com a redução de impostos ou mesmo subsídio de modelos destinados à edificações populares que utilizariam apenas um disjuntor DR por edificação.


Através desta abordagem, os consumidores teriam, de forma mais gradual, muito mais segurança contra choques e incêndios além de minimizar a chateação e ônus de comprar novas tomadas, plugues e adaptadores que não tem nenhum  valor percebido. 
E o que torna este caso tão curioso? É como a ABNT conseguiu levar adiante sua idéia e abordagem tão questionáveis e ainda impor desta maneira à toda população brasileira. Alguém ganha com isso... e não são os consumidores.

Textos Complementares:



Crítica à ABNT: A ABNT VENDE cada norma técnica, mesmo em formato digital, a preços nada acessíveis.
Norma NBR 14136 a R$ 65,00
Norma NBR 5410 a R$ 165,00
R$ 230,00 para obter digitalmente as normas básicas de instalação elétrica de uma Associação que deveria ter como prioridade a disseminação e prática das mesmas: TEM PREÇO e é MUITO CARO...”Têm coisas que só a ABNT deixa de fazer por você
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Fontes:Sites ABNT, ABINEE, Siemens, Interpower, revista Veja, opiniões espontâneas e Claudio Silva que já sabia da existência dos disjuntores DR




terça-feira, 13 de outubro de 2009

Como Melhorar o Gerenciamento do Trânsito e suas Oportunidades

O Citigroup em seu estudo “Off the Beaten Path” de 2008, revelou que o Brasil perde 5% de sua produtividade com o trânsito. Outras instituições como a Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estados de São Paulo estima perdas de 4,1 bilhões de reais e a Fundação Getúlio Vargas revela que as perdas são mais significativas, totalizando R$ 33,5 bilhões anuais. Estas discrepâncias revelam diferenças nas metodologias utilizadas, porém para qualquer paulistano, basta dirigir o carro pela cidade em qualquer horário da semana ou mesmo durante o final de semana para saber que são disperdiçados quase 3 horas diárias no trânsito .Tempo este que poderia ser utilizado não apenas para o consumo de produtos e serviços (shopping, cinema, educação, leitura, clubes, entretenimento e etc.) como também para o aumento na qualidade de vida (menos stress, mais tempo com a família / amigos).

Não abordarei os benefícios óbvios de um planejamento urbanístico adequado, das obras de infra-estrutura como Rodoanel, Metro Linha Amarela, Túnel Roberto Marinho – Imigrantes ou mesmos de propostas regulatórias paliativas. Veremos o que pode ser melhorado no gerenciamento das informações trânsito e algumas de suas oportunidades:

A CET/ SPTrans, em São Paulo, possui uma grande deficiência no monitoramento do trânsito uma vez que seus sensores, câmeras e sinaleiras inteligentes cobrem um malha ínfima das ruas e avenidas de São Paulo, gerando poucos dados para um gerenciamento ativo do tráfego.

Serviços de informações via rádio (ex: 102.1), dependem do uso de helicópteros, fazendo a cobertura apenas nas grandes avenidas e marginais. Os painéis luminosos com os dizeres: “300 km de lentidão – 15% das vias monitoradas” são totalmente inúteis já que não indicam nenhuma alternativa, não indicam a possível causa (ex: acidente Consolação altura 1200) e tão pouco adianta saber que tem apenas 10 km de lentidão porque se você conseguiu ler essa placa, é bem provável que você seja um devoto de Murphy e esteja bem no início destes 10km.

Os motoristas por outro lado, munidos de aparelhos celulares podem fornecer a situação do tráfego de toda a cidade e de toda sua malha de ruas e avenidas, bastando para isso que seu aparelho esteja ligado. Como? Todo celular digital comunica-se com uma antena de sua operadora (ex: Vivo, Claro, Tim) espalhados pelas cidades em locais fixos, sendo possível saber a quantidade e quais aparelhos estão “conectados” a cada antena e o quanto demoram para conectar-se a outra, indicando assim sua velocidade.

Adicionalmente aos celulares, algumas seguradoras (ex: Porto Seguro) possuem uma quantidade de veículos (carros, ônibus e motos) estatisticamente considerável com rastreadores que podem disponibilizar informações com mais detalhes e precisão.

Com base nestas informações e em modelos matemáticos é possível monitorar (sem infringir o “direito à privacidade”) e analisar toda a cidade em tempo real, indicando pontos com fluidez, pontos críticos e alternativas de trajetos via internet, painéis luminosos e via
TMC (Traffic Message Channel). Inclui-se nesses modelos, fórmulas para compensar alguns desvios como proprietários de carros sem celular, desligados, motos ou mesmo de pedestres. É possível ainda adicionar modelos preditivos a fim de simular os impactos e benefícios de alterações das vias como direção da mão, utilização temporária de faixas extras em horários de pico, utilização de faixas exclusivas para motos (ex Sumaré), apontando com maior precisão quais alterações geram os maiores benefícios.

Como esta proposta envolve diversas entidades como CET/ SPTrans, operadoras de telefonia móvel, proprietários de celulares, etc e, seguindo modelos econômicos que preconizam que um bem coletivo, como ganho de produtividade e otimização de recursos pode ser o resultado de uma série de ganhos individuais, elenco algumas vantagens e oportunidades para cada uma dessas entidades:

CET/ SPTrans:
- Área de cobertura exponencialmente maior utilizando uma estrutura já implementada de celulares e rastreadores.
- Monitoramento e priorização de ações mais rápidas quando for apresentado uma situação anormal em alguma região / horário crítico.
- Indicação de caminhos alternativos e mais fluidos, através de seu website, painéis luminosos (agora com informações úteis) ou por TMC (Traffic Message Channel).
- Banco de dados para modelos preditivos com base histórica (ex: 1 ano de monitoramento) para simular o benefício ou não de uma alteração da mão de uma rua, adicionar uma faixa adicional em algumas vias em horário de pico e viabilidade de uma nova regulamentação

Operadoras:
- Prover informação de valor ao cliente
- Exploração do LBS (Location Based Services):
- Assinantes pré pagos poderiam optar por receber mensagens de anunciantes focados em sua região geográfica em troca de uma menor tarifa. (ex: discador ig X banners).
- Disponibilização de informação sob demanda de hotéis, lanchonetes e bares com telefones de contato e coordenadas GPS.
- Mídia para anúncios e campanhas direcionadas.


Outros:
- Google pode oferecer sua capacidade de processamento ociosa (cloud computing) e gerar conteúdo para as operadoras em conjunto com Google Maps
- Agências de propoganda e anunciantes podem gerar anuncios mais focados de acordo com a região geográfica e de algum evento específico.
- Exemplo: Nos monitores equipados com GPS dos Radio-Taxis (cada vez mais utilizados) além do mapa, e detalhamento sobre o próximo chamado, pode ser mostrado um conteúdo televisivo para o passageiro com uma propaganda-LBS em um banner de acordo com a região que está sendo trafegada. “Promoção 20% off até domingo na loja XXX ao lado” . Isso compensaria também a perda de receita com a impossibilidade de veicular com propagandas nos taxis em São Paulo (devido à lei Cidade Limpa).


O Brasil possui inúmeros exemplos de uso de sistemas de informação que são exemplos para o mundo todo como o sistema de votação com resultados de todo território nacional no mesmo dia, sistemas bancários de vanguarda com transferências em tempo real entre bancos, internet banking desde 1995 e sistema de Imposto de Renda entregues em sua grande maioria pela internet.


Com tantos benefícios individuáis como coletivos, podemos também dar o exemplo em como melhorar a utilização da informação no gerenciamento do trânsito e, consequentemente, diminuir a perda de produtividade/ competetividade de nossa economia.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Vocês sabem quanto custará o Trem Bala?

Em breve, o governo publicará o edital do projeto que prevê a ligação entre as cidades de Campinas e Rio de Janeiro através do trem bala, um meio de transporte inegavelmente moderno e rápido com velocidade superior à 350km/h.


O que é pouco veiculado, ou mesmo pouco ponderado é o custo desta obra. Segundo a matéria divulgada no jornal Valor em 17/07/2009 o projeto já está orçado em R$ 34bi e a tarifa entre Rio - São Paulo estimada em R$ 200.

Quero compartilhar com vocês algumas ponderações, questionamentos e melhores alternativas para esta obra:

1. R$ 34 bi é muito dinheiro. Para facilitar: a obra em São Paulo da linha 4 do metro (Linha Amarela) que será inaugurada em abril/2010 teve um custo de R$ 2,4 bi. O trecho sul do Rodoanel com inauguração prevista para novembro/2009 teve um custo de R$ 3,4 bi. Estas obras totalizam R$ 5,8 bi e terão um impacto muito maior (em relação ao trem bala) sobre o transporte de cargas, escoamento de mercadorias e na qualidade de vida dos paulistas.

2. Os trechos Campinas – São Paulo e São Paulo - São Jose dos Campos possuem a maior demanda. Já o maior trecho de São José dos Campos – Rio de Janeiro é questionável pelos seguintes motivos:

a) A tarifa para o Rio de Janeiro / São Paulo com o valor de R$ 200 não compete com a tarifa de avião que, muitas vezes, é inferior a R$ 150. (Atualmente, a Gol faz uma promoção por menos de R$ 80)

b) Para quem conhece bem a ponte aérea, sabe que de nada adianta fazer um trecho a mais de 300km/h (entre as cidades), se no destino (seja no Rio ou São Paulo), o passageiro vai gastar, muitas vezes, mais de duas horas para chegar em sua casa / escritório devido ao caos do trânsito.

3. Ao invés de apoiar projetos que beneficiam uma minoria a custos exorbitantes, tenho convicção que o orçamento destinado ao trecho São José dos Campos – Rio de Janeiro será melhor alocado em investimentos que gerem um maior ganho coletivo. Exemplos:


a) obras de infra-estrutura para escoamento de produção em todo o Brasil como ferrovias e hidrovias. Levando em consideração que 80% da população brasileira mora próximo ao litoral – 200km da costa, é um contra- senso não ter investimentos em mais e melhores portos além de incentivos fiscais para o transporte de cabotagem.


b) desafogar o trânsito nas grandes capitais com a ampliação e integração da malha metroviária com os demais meios de transporte.


c) Dignificação e melhores condições para profissionais das áreas de educação e segurança pública.

d) Combate à morosidade na aplicação das leis

e) Saneamento básico em todas regiões. É simples: gente sem verminose estuda e trabalha mais, gerando mais riquezas para o País.


Os investimentos do governo devem ser direcionados para ganho de qualidade de vida coletivo e ganho de competetividade perante os demais países. Desta maneira sim, o Brasil estará nos trilhos para atingir a velocidade de um verdadeiro trem bala.

O Governo e o Pré Sal - 13/Ago/2008

Em 12/agosto/2008 nosso presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva em um dos seus numerosos discursos, proferiu à toda nação brasileira seu ponto de vista com relação ao futuro da exploração de petróleo no Brasil. Tema que ganhou grande relevância principalmente após as descobertas de novas reservas a mais de 6.000 metros de profundidade.

Lula defendeu a alteração da lei 9.478/97 para destinar uma parte dos ganhos das novas descobertas de petróleo para a educação e pregando um maior benefício coletivo. Seguem alguns trechos:


" Precisamos aproveitar esse petróleo para transformar o Brasil em uma nação mais forte, mais soberana, muito mais dona de si "


" O petróleo não é do presidente da República, não é do governador do Rio de Janeiro, não é da Petrobras. O petróleo é do povo brasileiro "


" O petróleo do pré sal não ficará com meia dúzia de empresas privadas "


Antes de ser tomado por um sentimento nacionalista com este discurso claramente populista, quero apresentar alguns esclarecimentos e alguns questionamentos para reflexão e ação:


1. Para cada gota combustível que abastecemos nos carros em todo território nacional, incidem os seguintes impostos federais: CIDE, PIS/COFINS além do ICMS como imposto estadual. Somados, eles representam 45% do preço do combustível. Isso mesmo meus "companheiros", para um tanque de gasolina de 50 litros, damos ao governo R$ 72,00. A mesma proporção vai quem tem motor bicombustível ou a alcool.

Para um governo que afirma que o petróleo "é do povo", ao que tudo indica estamos pagando, e muito para este suposto benefício. Uma vez que a arrecadação é diretamente proporcional ao consumo e levando em consideração que a indústria automobilística está batendo recordes de produção, já não deveriamos estar sentindo "na pele" e no dia-a-dia os efeitos de uma nação "mais forte", "mais educada" e "mais soberana"?


2. A Petrobras opera muita de suas explorações através de Join Ventures com as "empresas privadas" com a finalidade de dividir os riscos e custos de exploração. Para cada reserva encontrada, são feitos enormes investimentos tanto da Petrobras como das "empresas privadas" em equipamentos próprios, desenvolvimentos de novas tecnologias, aluguéis de equipamentos, mão de obra especializada etc. Em uma nação com regras claras de negócio, nada mais justo que as eventuais descobertas e seus lucros, (no caso desta descoberta ser economicamente viável), seja compartilhado entre as empresas envolvidas - privadas ou não, assim como seus acionistas que também apostaram nestas empresas e financiaram suas operações.


3. No atual governo, já existe uma orda de políticos se movimentando para criar uma OUTRA estatal, que já tem nome (Petrosal) e os mais apressados, assim como Altemir Gregolim - o quase ministro "dos peixes" já estão improvisando o seu discurso de posse e escolhendo os novos conchavos para temperar esta nova pescaria em mares profundos.


O resultado provavél, caso este absurdo se materialize, será uma enorme desvalorização da Petrobras frente ao mercado, uma vez que grande parte de seu valor atual está apoiado sobre o potencial de exploração de SUAS descobertas em conjunto com as empresas parceiras, além de um golpe sem prescedentes na credibilidade do Brasil frente aos investidores.


Os papéis da Petrobras entram na composição de inúmeros fundos de investimento (nacionais e estrangeiros), sendo um cartão postal para outros investimentos em empresas nacionais. Qual a mensagem que queremos dar aos futuros investidores quando as regras são mudadas no meio jogo pelo governo?


Para dar legitimidade ao discurso do nosso Excelentíssimo Senhor Presidente da República, suas ações já deveriam estar focadas na correta destinação de todos os tributos que já são arrecadados pela União bem como na definição clara de uma politica tributária e royalties sobre as novas descobertas. Isso sim, torna o Brasil com maiores chances de ser "uma nação mais forte, mais soberana, muito mais dona de si".


http://www2.petrobras.com.br/produtos_servicos/port/Composicao/Preco_Gasolina.asp

sábado, 5 de setembro de 2009

FROM SURVIVAL TO PROGRESS – SINGAPORE - 2001

I confess that after staying in South East Asia for a while, heading to Singapore was an idea that didn’t please my mind at all. Big cities in South East Asia (e.g. Bangkok, Georgetown, Medan) are, as a rule of thumb, noisy, chaotic, polluted and dirty. That’s why I was avoiding them, preferring, quieter and smaller places. For my surprise, Singapore is completely different comparing to other big cities in South East Asia. It’s clean, organized and not polluted. If I had to describe Singapore in a simple way, I would say that it’s kind of “Asian Switzerland”. One of a kind place. Within the places I’ve been so far (Western Europe and South East Asia), Singapore is the #1 for living and working.


Some of its history:

Since the 13th century, Singapore was seeing as a thriving port place, thanks to its geographic position. Disputed by many countries since then (Melaka, Portugal, Netherlands) it ended up as a British colony in 1824 after a good paperwork. Sir Stamford Raffles and his good diplomatic relationship, granted the British settlement and the development of the harbor for the English East India Company in Singapore from 1819 to 1963.

The British supremacy was disrupted in 1942, during the II WW, when Japan easily took over Singapore for 3 and a half years.

When the war ended, the British returned. This time, its colony was a complete mess. Lack of food, electricity, water, destroyed homes and unhappy population was the scenario. That made the population pissed off and awake for the politics, willing to clean the mess and control their destiny. Four main political parties were struggling to gain power. To make things worst, communist were promoting riots. It was a complete mayhem.

Trying to end the communist threat and to gain independence from the British, Singapore merged unsuccessfully with Malaysia for 2 years from 1961 to 1963. Their political, economic and political differences made it impossible.

On 9th August 1965, Singapore split from Malaysia and finally became an independent tiny island-nation. Such a small country (less than 650 sq kilometers or less than 405 sq miles), without natural resources and British support, forced them to face daunting issues such as defense, unemployment and housing.

I have always said that to make a sustained big change, it takes 2 generations. Singapore with its international policy, brakes that rule, attracting many first tier companies and nowadays is one of the most important commercial / trading hubs in the world. More than that, they are leaders in the communication, banking and petrol industries.



-Transportation

--Public transportation is reliable, fast, simple and good value. Like in Europe, they use the integrated concept: MRT, buses and LRT together, using the same payment method and integrated logistics. You use an electronic card that you can load a minimum of S$ 10 (US$ 5,5) to a maximum of S$ 90. The MRT cost varies between S$ 0,80 to S$ 1,80 depending how far is your journey (automatically calculated and deducted from your card-account)

--Owning your car is almost a luxury. It’s unbelievably expensive. An ordinary car can make you easily US$ 50.000 short. What hurts the pocket is the license, which is valid for 10 years. And to make owners even “happier”, they automatically charge you (around S$ 1,70) every time you go downtown. Every car and motorbike has an electronic device that you insert your personal card. When you pass through the downtown gates, it automatically deducts the fare from your card. What happens if you don’t insert the card? The system takes a picture of the license plate and a “think-twice-fine” will be duly delivered to your mailbox.


-Military Service

Military service is compulsive for every man in Singapore and lasts for 2 years (minimum). You can postpone it, due to educational reason, but when you finish, you have to start it. Male foreigners that were raised in Singapore can enlist in the military service and get the Singaporean citizenship.

For the government, at least, the military service is seeing as a very important issue and they focus their minds and money to make it look “cool” and worth doing for the will-be soldier. Examples:

-In the Singapore Discovery Centre, a place mainly for kids and teenagers (I liked it though :)), they have the whole ground floor devoted to the military service. Of course the attractions were guised as push buttons for the entertainment for the would be “Rambo”.

-An advertising campaign scattered in the MRT’s billboards shows some office shirts or attendant’s cap with funny honor badges such as: “Distinguished Service Order – Bravery in the Face of Rude Customers” and in the right side the question: “Is this what you want to be recognized for? Be somebody”. See picture below (in the Word version). The complete Navy’s campaign advertising can be seen in my Web Site in the Album section (left side menu) http://communities.msn.com/GeorgeHollandsWebSite/join?iid



-Press

The reason why you can read so many essays in the newspaper praising Singapore is because the press is tightly controlled.



-People

Singapore has many different ethnics and religions that coexist pacifically. That’s one of its highlights. Diversity.

-Main ethics: Chinese (77%), Malay (14%) and Indian (7%)

-Religion is, as a rule, ethnically associated: Buddhism and Shenism with mostly Chinese, Muslim with Malay and Hindu/Muslim with Indian.

-Indians are the mostly seeing ethnic doing the “not dreamed” job such as cleaning.

-Chinese people organized themselves in communities (even in secret “communities”) since the early times to help themselves economically and socially. That’s one of the reasons why you see “Chinatown” everywhere. Chinese people always manage to plant their flag.

- Filipino, Malay, and Indonesian labor are highly deployed in the house keeping and babysitting markets. In the job classifieds they are ubiquitous.


-Traveling in Singapore

Traveling in Singapore in terms of transportation is great, but in terms of budget accommodation can be quite difficult. The government is closing all budget accommodation (yes… somehow they can do that). They pay a lower market price for the building or the place and that’s it. “Take it and leave it” or… Don’t take it, but leave it anyway”

Thankfully, I stayed at Galen’s place, an American that I met in Ko Phi Phi (Thailand). Great hospitality.


-Housing:

One of the Singaporean government prides is the home ownership of more than 90% of the population. Most of them are small apartments, but a very decent place to live. To dry the clothes, people just hang them on a stick, put them outside the windows and let mother-nature do the rest. From outside, aesthetically speaking, it looks…. “different”. :)

-Education:

Singapore has just 2 public universities: Nanyang Technological University and National University of Singapore. They accept just a small fraction of the students, letting the rest with three options:

1. Do a technical education in another place

2. Get your diploma overseas (huge market: loads of English and Australian universities advertised in the classifieds section)

3. Become a worldwide video game champion


In Singapore, the 12 year old kids do a once in a life chance exam that will impact their life dramatically. It’s similar to the German’s exam, but in a younger age.

Miscellaneous

-An Asian habit that really makes sense is to take off your shoes before going inside the house and even in some shops. It makes so much sense that even two year old kids know that. : “George is wearing shoes!!” protested Kylie (Galen’s/Lora’s daughter).

-Literacy rate: almost 100% (they invest in kids and grown up education)

- World's fourth highest per capita income!

-In the exhibitions of the Singapore’s history (in the Singapore Discovery Centre and National Museum), they show with pride how Singapore became such a developed country and overcame all the odds of a little country and, more important, they always remember that there will be always challenges and difficulties to be coped now and in the future.

A simple phrase that summarizes the way of thinking of the Singaporeans, by Lee Kuan Yew, former Prime Minister of Singapore in the 60’s, that strove against all difficulties (colonialists, communists, corruption, homing an etc) to make the foundation of the Singaporean thriving history.

“God helps those who help themselves… Britain has promised to help only as much as their economy will allow them. More important is that we help ourselves…”

Lee Kuan Yew, Prime Minister of Singapore in the 60’s